A morte

O início de um poeta nascido numa fazenda muitas vezes é tardio e o meu não poderia ser diferente, mas talvez fugindo à regra, a minha iniciação nas letras que formam um texto, uma poesia ou um poema se deu aos treze anos de idade

E não sei o porque falava eu na minha primeira poesia de um assunto que a grande maioria foge do mesmo, como o Diabo foge de uma Cruz, cujo título era: A morte. Essa famigerada foice me acompanha desde então e nem eu ligo mais devido o estudo que fiz sobre a mesma em diversas religiões, mas foi no Espiritismo que consegui enxergar a morte como uma passagem mais que natural na vida de qualquer ser vivente, evidente com a diferença de que no Espiritismo nos ensina que nos animais e ainda mais no racional, só morre o corpo carnal, pois o espírito que o habita é imortal.

Mas com o passar do tempo e voltando ao assunto

em pauta a poesia, aquela, a primeira se perdeu por eu não ter tido um pouco mais de cuidado com os meus alfarrábios. Mesmo assim vou tentar retratá-la o mais fiel que puder e me lembrar.

A morte

Tento como o símbolo de uma Cruz

a morte nos leva a abominá-la no primeiro impácto, susto esse que também nos faz lembrar do Mestre Jesus,

pois numa cruz ainda na terra realizou seu último ato.

O ato de nunca desistir do seu mais nobre ensinamento, o amor,

amor este que até hoje permeia no meio de nós

seus próprios carrasco que sorrindo ao vê-lo com dor,

jamais imaginaríamos que viessemos a pedir para ouvirmos de novo sua voz.

A ingratidão muitas vezes é assim, mata primeiro

para depois se verificar a inocência do ser

e aceitar como de Deus o mais nobre cordeiro

tentarmos nos justificar com medo de morrer.

O mestre dos Mestres nos deixou como lembrança

dois pedaços de madeira em forma de uma Cruz,

pois já sabia Ele que seria ela a nossa esperança

e que iríamos um dia clamar pelo seu nome, Jesus.

Não fez Ele, o Mestre, da Cruz um dos símbolos da morte,

até mesmo porque fomos nós que ali o pregamos,

mal saberíamos que um dia isso fosse também símbolo de sorte,

pois é morrendo que nascemos sabendo para onde vamos.

Isso meus irmãos, é justamente o que da morte penso

na libertação do meu espírito de uma prisão,

ciente do que lá me espera nem fico triste ou tenso,

porque tenho certeza que um dia do outro lado te darei a mão.

Acho que foi mais ou menos assim a minha primeira poesia.

ChangCheng
Enviado por ChangCheng em 06/09/2019
Reeditado em 06/09/2019
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