Imortalidade
Na amnésia, calculo cerebral,
No cerne da demência humana.
Tredo pensamento diabólico,
Na réstia do coração desfigurado.
Leva o lamento em esquife soterrado
Lama em caos disfarçado
Monocromático espectro tombado.
Severina penumbra do fanal a proa,
Lança tua rede em construção,
Antes que os corvos as desvelem
A ânsia que tens na alma que dorme.
Segue na reprimida batalha,
Mas não soltes da haste.
Que em fúnebre Ceia celebra
os vãos pensamentos que te conduz.
Nunca viveras porque o quisera?
Em contínua justificativa caminhas,
Embolorado num enfadonho mal querer.
Ruínas da hipocrisia e ignorância,
Tomba o corpo à véspera.
Do que valeste tanger ilimitáveis horizontes?
Se aqui, somente aqui,
Teve a chance da imortalidade.