O canto da madrugada
Muitas vezes ouvia o galo cantar
E levantava com uma inocente alegria
E de longe eu a via
Cuidando dos pés de alface.
Nas madrugadas, no hospital,
Eu criança com pneumonia
Ela ajudava minha mãe
Que ficava comigo durante o dia
E à noite ela cuidava de mim
Como se eu fosse sua filha.
E lá também o galo cantava
Mas eu não me sentia sozinha.
No leito da enfermaria
Enquanto estava ociosa
Ensinou-me juntar as sílabas
A primeira professora:
Minha tia.
E naquela última noite
As notícias que chegavam:
A chuva fina caía
Eram lágrimas que pingavam...
E o cantar do galo
O mais triste da madrugada...
Edna Schneider Lemos 28/07/2019
Minha tia Faleceu no dia 23 de julho de 2019 aos 89 anos.