Memórias póstumas de uma capivara

O que havia de muito mato,

Pouco havia de história,

Eram poucas as lembranças,

Que guardava em minha memória,

Lembro-me da hora,

Era um galho longo e grosso,

Acertou-me bem nas costas.

Maldito horário passei ali!

O galho que mal vi,

Partiu-se e despencara,

Matara, Matara,

Pobre de mim, Capivara!

Picaram-me alguns insetos,

Morderam-me alguns ratos,

Agora juntando os fatos,

Meus pensamentos inteiros,

Refletem em meus pedaços.

Já não nado num rio,

Já não corro na estrada,

Graças ao maldito galho,

Aquele que me matara,

Matara, matara,

Pobre de mim, Capivara!

Carolina Maria Souza
Enviado por Carolina Maria Souza em 05/07/2019
Reeditado em 05/07/2019
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