Tsunami
Incendiários do mundo aprontam fachos,
difusores de luz ainda apontam os feixes;
já finda a vindima, eis os últimos cachos,
poções do erro ainda fervem nos tachos,
para jogar na água envenenando peixes;
O teatro milenar encena o seu último ato,
e em letras numéricas a gematria aponta;
e os pretextos fumaça disfarçando o fato,
cegos entorpecidos, e mutilado o seu tato,
páreo apocalíptico cavalo branco desponta;
Língua da falsidade sob uma indigna coroa
vira mundos a jogar lama e bosta no poço;
oculta a espada que vai matar cada pessoa,
nas asas do capeta, mui apressada ela voa
pra beijar os pés dos que cortam o pescoço;
Plebe excitada, no circo vai batendo palmas,
pro capeta original e a muito tributário cover;
maquiam o tsunami porvir com praias calmas,
té que seja tarde demais pra incautas almas,
e enfim, a tela seja visível, mas, game over...