Revoada
A morte,
pedaço do infinito
entrecortado
no tempo de ficar
e tempo de partir
do corpo-morada.
Que há de chorar?
Alma,
passarinho em pluma,
foi soprada para o voo.
Ninguém muda!
Que há de chorar?
Num tempo de dor,
atmosfera de incertezas,
voar é dádiva divina.
Que há de chorar?
Se a alma é leve,
escreve histórias
para além-mundo.
Tudo fica!
Vai,
o que precisa.
No relicário,
mil tonalidades
das cores
com que se pintou
o tempo.
Voar, é dádiva divina
Voar,
no sopro de amores muitos,
é dádiva construída.