Probatio Diabólica
Éris sem dúvidas cobrou-me antes de tudo, as esperanças.
Era esse o meu temor, foi essa a minha paga, esse é o desespero.
Agora distante sem qualquer possibilidade de retorno
Compreendi por que morri, há anos definhei sem as crianças.
Era eu quem não queria ver a impossibilidade, mas perseverava
Agarrando-me a gravidade zero das consciências inabitáveis,
Tentei compreender, e só agora despido dos fluidos vivos
É que percebi no insano vazio, que somente eu quem as esperava.
Pessoas vazias não encaram a solidão, para não se rejeitarem
É esse o seu temor. Não se olham pelo espelho da alma,
Não se acolhem nem se vestem de amor ao próximo.
São personificações da própria sombra por medo de nela estarem.
(extraído do Poema "Probatio Diabolica"
de Fernando Brasil:.