GRITO MUDO
Um tapa, um dia
Noutro dia, um empurrão
Ele estava nervoso... o ciúme o comia
E assim escalou a agressão
Nela, o grito mudo na garganta
Nele, o machista desumano que se agiganta
Um dia um puxão de cabelo
Depois chutes e socos, sem compaixão.
O apelo por socorro... ela não chegou a fazê-lo.
Seu corpo ele espancou
Com ácido, tirou-lhe a visão
Ao seu corpo, fogo ateou
Suas feições ele deformou
Um tiro privou-a da locomoção
Sua alma ele violentou
Ela morreu com golpes de facão
Ninguém nunca denunciou...
Sem fundo musical... contra o feminicídio!