"Despedida..."

Talvez o que fique seja apenas as lágrimas de um "Eu"...

Perdeste a batalha dolorosa.

Eu? Aqui no silêncio desarmado,

Pela morte desencantado...

Em saber que descansas. Menina formosa!

Lembro bem de nossa infância!

Dos dias de Sol e brincar na rua,

Eu, criança á encantar-me com a beleza tua.

Mocinha, à escovar os cabelos...

Boneca de louça, a pureza.

Frágil, sutil como a Lua.

Fostes tu o amor primeiro!

Segredo tão bem guardado.

Secreto, tal o frio em janeiro...

Casaste com um bom rapaz. Fez família. Foi feliz!

Pouco lhe via então.

Mas tanto os ébrios quanto ao sãos,

Guardam fotografias mentais...

De fatos, de imaginação.

Queria ter parado o fatal.

Segurado a vida com as mãos.

Em vão que fosse...

Mas manter no mundo teu brilho doce!

Guardá-la de todo mal.

Vi por fotografias, tua têz desbotada.

Morena, antes corada! Porém com o mesmo sorriso.

Tuas madeixas de mel, mais escassas,

Não acreditava eu...

Comparava com lembranças...

Como em seu casamento,

Vestida qual uma santa!

À ofuscar o próprio Cristo,

No sagrado sacramento.

Se o primeiro amor for eterno, realmente.

De saudades irei avante.

Não direi jamais teu nome, somente só me consterno...

Que essas lágrimas que caem.

Por não me lembrar doravante,

Do timbre de tua voz...

Do tempo, que é algoz.

Até dos amores infantes...

És Santa! Descanse nas estrelas,

Para que eu te veja a madrugada.

Com as luzes da casa apagadas.

Sonhando ser teu amante.

Preciso chorar calado, beber, fingir-me de asneiras.

Para só depois da morte, quimera eu com sorte.

Tornar a ver-te triunfante...

Quero assim recordar. Meu pranto aos poucos calar.

Seguir assim minha sina.

Pois o que me sobra são velhas lembranças,

De reluzirdes como uma santa,

Num corpo frágil de menina...

Adeus...

(16/02/2019)

Tony Alma
Enviado por Tony Alma em 19/02/2019
Reeditado em 19/02/2019
Código do texto: T6578593
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