Uma parte da lua, uma parte do sol.
Uma parte de luz, uma parte de treva.
Uma parte de poesia, uma parte de tragédia.
Uma parte de rima, outra parte de lirismo.
Escorrem as palavras em fonéticas e música.
Escorre a semântica entre símbolos e pensamentos.
Escorre o sentimento, em cores, fonemas e arte.
Formas esculpidas silenciosas
em mármore ou areia.
Em DNA e história.
Justificativas legitimam.
Desculpas desacreditam.
Sermões ecoam na catedral.
Silêncio em mantras.
Signos em abismos luminosos.
Ringue de paradoxos.
Morrer faz parte da vida.
Morrer, enterrar, sepultar e
por fim, rezas e espíritos.
Um pouco de luz e sombra
Um pouco de cor e penumbra
Um pouco de palavra e gesto.
Olhos que choram e fotografam.
Fotografias que tentam apreender
a eternidade.
Desbotam
Sabotam
Porque a realidade é um arquivo
misterioso.
Criptografado.
Não é para todos embora abranja tudo.
O que vivemos é mero eclipse.
Chega a morte.
E acaba toda metamorfose.