O que se saber do certo incerto...
Um dia saberia, mas no dia de saber, já não mais existia.
No dia em que saberia, não sabia que ali deixaria a vida, e com ela, tudo o que se sabia.
Mas antes de saber que saberia, era certo que já sabia, que em breve partiria.
E tendo este senso, de que de nem tudo daria tempo, nem mesmo de saber,
Aparentemente indiferente se fez.
E fazendo tudo ao seu alcance, relutou por um instante, o quanto importaria saber.
A quem mais interessaria, tudo o que até ali vivia, tudo o que se sabia e a quem tanto fazia…
Sem mais muita explicação, pois quanto mais a tinha, mais a faltava em questão, deixou tudo por fazer, tendo feito tudo o que fez.
Sabia que alguém saberia.
Não sabemos quando nem quem e nem em qual dia.
Só é certo que no incerto, a vida lhe fugiria e assim como tudo que nos é atraído também pode ser repelido.
Só o certo do incerto há de ficar.
A verdade pairando fragmentada por todo ar.
E a vida dos mortos vivos todos a inspirar e respirar…
Fragmentos do que fomos, do que já não poderemos ser e do que talvez sejamos, sendo parte de outro ser.