AMARGA VITÓRIA
Ouço o gotejar da chuva no teto
- Acendo um cigarro...
Na xícara um café amargo...
Menos amargo, porém, que a saudade...
Que deixou em mim
(de que valeu a vitória na guerra!)
Espero -, na cafeteria da estação...
Com a passagem já comprada
(- tão logo estarei doutro lado)
Não sabendo, ao certo, o que me espera
Senão a companhia dos pesares
Que carrego na bagagem!
Não me queixo de ter chego tarde:
Em lágrimas, meu mundo desabou...
Quando vi o seu corpo gélido,
Sem vida, sem sopro, sendo velado
no quarto, onde amávamos...
Minha amada esperava-me voltar dos campos
de batalha! Mas o destino traiçoeiro me enganou:
Fugi da morte, pelo nosso amor (talvez devesse ter morrido)
Mas a morte traiçoeira...
minha amada, para distante levou!