Desconstruindo um Decadentista/Simbolista
Dia mimoso à ambrósia lembrança
Penoso ao horológio, coata,
Pesaroso a cruel esperança;
Do poeta: a angústia é imediata.
Morto vivo em pura agonia
Pura agonia, eu vivo morto,
Resistirei até o meu último dia
Mas com a mesma cara, desgostoso.
Decadentismo está na moda,
Meu relógio agora aponta,
A árvore escondida foi à poda
Perdeu caule, galho, folha e ponta.
É preciso gritar "Frui Mortem" ao máximo!
Tem também que deixar esquecer
Ou escolher viver à lá tantálico.
Redoma, perde-se no alvorecer,
À ótica desta neblina cinza,
O que é esse pesar? O que é esse sofrer?
No rio que corre internamente,
A correnteza corre sempre lisa
Caia a pedra ou o astro poente.
Minha mente grita minha partida
Minha caneta chora a cada sílaba
E o verso escorre das minhas feridas.