Canção para um suicida
Aos suicidas
Eu já cheguei a beijar
Um suicida depois da Morte,
Foi quando numa tentativa
Frustrada num garrote amarrado
Numa árvore de fruto doce
Estávamos em três –
Ele, Ela e eu.
Ela fez o seu trabalho,
Mas, por falha de um
Galho que se rompeu
Da árvore, o pior não
Aconteceu. Desci no breu
Escuro do quintal
Desenhado como túmulo,
Peguei-o pelos braços,
Dei-lhe um beijo e um abraço,
E caiu em lágrimas postiças
De dor, não por ter sobrevivido,
Mas por ter falhado.
Do livro "Canções de Aretaeus" de Agmar Raimundo
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