Sopro
Sinto o sopro quente da vida entrar
nestes pulmões abertos à espera do ar
que serpenteia e perpassa toda uma existência
já cansada de sonhar. Morta por dentro,
por fora a vagar entre desertos de almíscar.
E um abraço gelado se faz compreender,
mistura no inconsciente de dor e prazer,
que envolve e vela toda esta outrora essência
já esquecida de ser. Tão vazia por dentro,
perdida entre bússolas de estrelas mortas pelo tempo.
E morna ainda a alma tenta em prosseguir
por caminhos já percorridos, rastros de um elixir
que se dissolve e foge de toda e qualquer vivência
já deixada de existir. Nada resiliente por fora,
se ilude ao pensar que é mártir nas guerras do agora.