Morte
Eu a anseio tão quanto a temo.
E a quero tanto como a nego.
É minha fuga tal qual minha prisão.
A certeza assim como uma ilusão.
Mas ainda há a vida, dura vida.
A existência imersa nesse nada,
num vazio que de tão grande
se faz presente em cada célula de solidão.
Dias passam, horas se vão, nada muda.
E transitando do rechaço à sua espera muda
segue a vida imóvel de natureza crua:
tão cruel quanto o respirar, tal semente que infecunda.