Entidade

Entidade do tempo absoluto

Sabe das dores

Dos desamores

Das tramas orquestradas pelo oculto

Frente ao meu singelo ser

Conhece o tom exato do meu grito

Meu choro

Agouro

Sabes o tanto que é finito

Queda do meu sangue, ao escorrer

Expecta minh'alma sendo talhada

Corpo mutilado

Com o cutelo forjado

Em intensa forja alimentada

Pela chama da desgraça

Perfura meus olhos, antes esperança

Sem que reste

Que se manifeste

Nenhum resquício de lembrança

Dos tempos de glória e de graça

Entidade do tempo absoluto

Ouça a prece

Que carece

Do que há de mais arguto

Doce essência da pura dor

Pra que minha pobre alma

Possa descansar

Repousar

Gozando de cabal calma

No sepulcro da paz interior

Gabriel Luiz
Enviado por Gabriel Luiz em 09/05/2018
Código do texto: T6331885
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