Fria Morte

No dispersar de uma noite cinzenta,

Em meu triste tormento,

Vejo corpo e alma separados.

Solidão me tortura.

Estou em um mundo sombrio!

Decepado de mim,

Vejo meu corpo dilacerado.

O que aconteceu? Porque estou assim?

Eu que tanto fui amado,

Agora caminho só na escuridão.

Sinto ser carregado,

Estou enlouquecido!

Quero entender, decifrar.

Sem ar aqui dentro, fadigo.

Chão gelado, paredes frias,

Ouço murmúrios e gritos.

Após horas de perguntas sem respostas, adormeci.

Foram horas, dias, meses,

Minha vida carnal passava em cenas,

Então, acordei no vale de dor e sofrimento,

Junto às almas perdidas, afogadas em suas ansiedades e frustrações passadas.

Foram tantas lutas,

Histórias deixadas para trás,

Porém, tenho que aceitar, meu tempo passou, se foi.

A morte fria, observadora e ceifadora me aguardava.

Já não grito, minha voz se calou.

Sinto-me rendido como tantos, aguardando no além, às margens do rio das almas.

Eder L. Pacheco

Eder L Pacheco
Enviado por Eder L Pacheco em 07/05/2018
Reeditado em 09/10/2018
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