Visão ao Morto
Um dia, meu ódio
Se encerrara,
Meu coração desligado
Parado
Ao lado de flores
Pessoas
E suas dores
Acabadas
Pouco antes,
Provavelmente,
Um ou dois gatos pingados aos prantos
Vários fingindo
Alguns sorrindo
Poucos chorando
Serei coberto
Por um manto,
Provavelmente branco,
Um pouco sujo,
Um tanto mundano.
Estarei em uma caixa de madeira
com alguns arranhos
Falta de cuidado
De um pobre coitado obrigado
A carregar um peso que não mais está.
E lá,
O mais puro silencio,
Geralmente,
Um veneno ao pensamento
Mas, dentro
Não existe nada
Apenas uma casca vazia
Livre de sentimento
Contemplando,
Sempre em um terno branco,
Numa caixa fechada e
Coberta por um manto,
Os tais um ou dois gatos pingados aos prantos.
Gabriel A. Freitas