Quando estiver morta.
Fria e inerte.
Esqueça-me.
Sepulte-me veramente no mais profundo abismo.
Recolha os vestígios.
Resgates os versos,
as estrofes e as rimas sintomáticas.
E o peristaltismo lírico
das cólicas e
a latência de consciência.
Pegue todos meus caderninhos.
E, são muitos.
Queime-os numa pira só.
As chamas me libertarão a alma.
A minha letra queimada
transformando-se em cinzas
vai viajar no vento,
vai para outras galáxias,
acreditará em outra sintaxe.
E, terá a semântica que quiser.
Sempre livre ao amanhecer
E cativa das lágrimas ao entardecer.
Duvidará de deuses.
Fará comédia explícita
da rotina.
E, poeticamente vai
dizer muito mais em cinzas
que não é preta e nem branca.
Que não é brasa e nem gelo.
Que não jaz no cemitério.
Quando eu estiver fria e silente.
Beba um gole de algum
rum ou whisky
De uma talagada só.
Deixe queimar a dentro.
Incendiando o silêncio da morte.
O ciclo da vida.
As histórias errôneas e duvidosas
que diram de mim.
Se me amaram.
Se me odiaram.
Se nem me notaram.
Ainda assim, mortal permanecerei
em meu velório.
Velando um corpo que já não me
pertence mais.
Esse despertencimento
me trará a plenitude.
Não precisarei pentear os cabelos.
Escolher os sapatos.
E, ainda a indumentária.
Não preocuparei mais
em parecer ser honesta.
Apesar de sê-lo.
Não preocuparei mais em parecer limpa.
Apesar de ser
alva como a estrela.
Ainda que me sentisse
suja pela culpa de
torturar-me.
Tudo já estará ajeitado.
Pronto.
Acabado.
Findo.
O relógio, não importa mais.
O celular, tocará em vão.
As notícias, as novelas e percalços
não me acompanharão.
Seguirei lívida.
Fria aguardando no peito
a única coisa
que me aqueceu de fato,
o afeto alheio.
Fortuito.
O afeto casuístico.
O sorriso distraído.
E, algumas pedras que recolhi
escondida...
E guardei em bolsos e gavetas.
Para me lembrar sempre das agruras.
Das angústias.
Dos caminhos
registrados em retina.
Quando eu morrer.
Apenas me dê, o favor de uma prece.
Preferencialmente
a de São Francisco de Assis.
Se eu não puder
ser o instrumento de paz.
Que consiga
ao menos evitar a guerra.
Não quero honras.
Não quero glórias.
Quero apenas a sensação improvável.
De que vi, vivi e venci...
Fria e inerte.
Esqueça-me.
Sepulte-me veramente no mais profundo abismo.
Recolha os vestígios.
Resgates os versos,
as estrofes e as rimas sintomáticas.
E o peristaltismo lírico
das cólicas e
a latência de consciência.
Pegue todos meus caderninhos.
E, são muitos.
Queime-os numa pira só.
As chamas me libertarão a alma.
A minha letra queimada
transformando-se em cinzas
vai viajar no vento,
vai para outras galáxias,
acreditará em outra sintaxe.
E, terá a semântica que quiser.
Sempre livre ao amanhecer
E cativa das lágrimas ao entardecer.
Duvidará de deuses.
Fará comédia explícita
da rotina.
E, poeticamente vai
dizer muito mais em cinzas
que não é preta e nem branca.
Que não é brasa e nem gelo.
Que não jaz no cemitério.
Quando eu estiver fria e silente.
Beba um gole de algum
rum ou whisky
De uma talagada só.
Deixe queimar a dentro.
Incendiando o silêncio da morte.
O ciclo da vida.
As histórias errôneas e duvidosas
que diram de mim.
Se me amaram.
Se me odiaram.
Se nem me notaram.
Ainda assim, mortal permanecerei
em meu velório.
Velando um corpo que já não me
pertence mais.
Esse despertencimento
me trará a plenitude.
Não precisarei pentear os cabelos.
Escolher os sapatos.
E, ainda a indumentária.
Não preocuparei mais
em parecer ser honesta.
Apesar de sê-lo.
Não preocuparei mais em parecer limpa.
Apesar de ser
alva como a estrela.
Ainda que me sentisse
suja pela culpa de
torturar-me.
Tudo já estará ajeitado.
Pronto.
Acabado.
Findo.
O relógio, não importa mais.
O celular, tocará em vão.
As notícias, as novelas e percalços
não me acompanharão.
Seguirei lívida.
Fria aguardando no peito
a única coisa
que me aqueceu de fato,
o afeto alheio.
Fortuito.
O afeto casuístico.
O sorriso distraído.
E, algumas pedras que recolhi
escondida...
E guardei em bolsos e gavetas.
Para me lembrar sempre das agruras.
Das angústias.
Dos caminhos
registrados em retina.
Quando eu morrer.
Apenas me dê, o favor de uma prece.
Preferencialmente
a de São Francisco de Assis.
Se eu não puder
ser o instrumento de paz.
Que consiga
ao menos evitar a guerra.
Não quero honras.
Não quero glórias.
Quero apenas a sensação improvável.
De que vi, vivi e venci...