Perdas

Quando alguém morre

O tempo para,

As cortinas dos ceus

Se abrem e a vida torna-se rara

Quando um corpo

Deixa o nosso mundo,

Revisitamos nossas memórias

E inalamos fundo a saudade

A valsa dessa despedida

É demasiadamente pesada

Carregada de sofrimento

Nossos pés quase não decolam

Quando alguém morre

Sinto uma dor em mim

Que sou feito poeira à se dissipar:

Leve, discreto, irreconhecível

A morte e suas trincheiras

A arte em nossas cabeças

E uma só certeza

De um dia querer a vida voltar

Vejo a doçura no olhar

De alguém que se foi

Mas há tristeza permanente

Nos olhos de quem fica

Essa dor que assola o peito

Dialoga com o medo,

De ser o próximo

De perder o tempo

Quando alguém morre

O tempo para,

As cortinas dos ceus

Se abrem e a vida torna-se rara.

Dario Vasconcelos

Dario Vasconcelos
Enviado por Dario Vasconcelos em 25/01/2018
Código do texto: T6236410
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