Realidade nua e crua
(Interação ao poema CEMÍTERA TESE, do
Poeta Carioca)
Tento presumir tua visão:
Um anjo pétreo em tua frente,
Como tal, estático e silente.
No alto entre nuvens, imensidão.
Estrelas em claridade silenciosa.
O anjo te fita como se falasse
Sobre o momento do trespasse,
Realidade crua e dolorosa,
Quando liberto dos liames
Que te prendem ao corpo teso,
Com suas regras seus ditames,
Não mais densidade nem peso.
Átomos e moléculas logo dispersas
Se agruparão em outro ser,
Quem sabe funções diversas,
Sem vestígios de memória ter.