O INESPERADO ESPERADO

Fortuito lancinante

De chegada súbita

Galopante propala-se

Até a parentela agora

Desolada e estarrecida.

Seu semblante trevoso

E fascinante

Se desconhecido e junto

De cruéis requintes

Causa espanto

Na curiosidade alheia.

Mas calmamente

Sussurram alto na sala

Com vozes graves

Os homens consolando

Suas mulheres chorosas

E as crianças já crescidas

Entendidas do que se lamenta

Neste mundo adulto

De breves finais dramáticos.

Junto à alvorada eis

Um contentamento insólito

Que diz: és natural

De tua natureza!

A vida

Levada pela correnteza

Atemporal do tempo 

E beleza também guarda

Este choro solussante

Por um futuro visto ausente.

E a memória fugaz

De toda vida finda

Jaz na terra garrida

Se apagará como a luz

Do dia em que nascera.

HenriqueBazzí
Enviado por HenriqueBazzí em 18/12/2017
Código do texto: T6202148
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