Sob a luz crepuscular de uma noite de verão

Sob luz crepuscular de uma noite de verão, divago.

E pela janela da alma que encerra o cômodo em que me encerro,

Entre o sono e o sonho, cogito.

À tênue luz do abajur amadeirado, deito-me calmamente.

Retiro os sapatos, as roupas que me aprisionam o corpo nu.

E sentindo o leve aroma de sândalo de um incenso qualquer,

Choro como a criança que fui um dia.

Passam das doze horas.

O ambiente noturno, outrora repleto de transeuntes

Que cruzavam a esquina,

Numa algazarra de passos e vozes abafadas,

Toma a forma de silêncio.

Tudo passa.

É preciso aprender a morrer.

Helio Nascimento
Enviado por Helio Nascimento em 09/12/2017
Código do texto: T6194760
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