SEM RETORNO
Com o nariz apontado para o além,
respira o pobre morto em vão,
solitário dentro de seu caixão,
aguardando que os anjos digam amém,
para que sua alma possa subir
todos os degraus do infinito,
como em ecos os gritos
de quem deixa de existir.
Seu semblante de morto
pálido e gélido, ausente de vida,
deixa a plateia em transtorno
Por saber que ele, sem conforto,
seguirá numa viagem só de ida
sem a mínima chance de um retorno.
Nova Serrana (MG), 10 de setembro de 2009.