SEM RETORNO

Com o nariz apontado para o além,

respira o pobre morto em vão,

solitário dentro de seu caixão,

aguardando que os anjos digam amém,

para que sua alma possa subir

todos os degraus do infinito,

como em ecos os gritos

de quem deixa de existir.

Seu semblante de morto

pálido e gélido, ausente de vida,

deixa a plateia em transtorno

Por saber que ele, sem conforto,

seguirá numa viagem só de ida

sem a mínima chance de um retorno.

Nova Serrana (MG), 10 de setembro de 2009.

Tadeu Lobo
Enviado por Tadeu Lobo em 16/10/2017
Código do texto: T6144407
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