O Amor está morto! E eu o matei!

Matei

Não sentes o cheiro da putrefação?

Desta vez, a vítima foi de carne:

Matei meu coração

Doía, doía...

Ai, como doía!

Agora, não dói mais

Ainda com a lâmina penetrada no peito

E com o coração na mão,

Sinto o vazio

Olho para ele:

Era de verdade

Era carnal

Agora, ele está morto! E eu o matei!

O sangue escorre de meu nariz,

Meus ouvidos e minha boca

Transborda

Sinto o estimulante gosto metálico

De uma gota que se embrenha pelos meus lábios

Minhas mãos estão sujas... de vermelho

Tão pulcro

Tão mortal

Mas, quando olho para baixo,

vejo meu peito intacto

Bem à minha frente, jaz um outro corpo

Com o peito rasgado

Sem coração e sem amor

Deveras, matei meu coração!

Matei meu amor!

Ai, como dói, como dói!