SONHOS AMORTALHADOS
Em meus dias fúnebres,
vou vivendo amortalhado,
como um sonho embaralhado
entre vontades humildes e célebres
Pelos desejos imaginários
que vou debulhando afora
sem saber a que hora
rezarão os inúmeros rosários
em minha derradeira despedida.
A esta hora o coveiro deve estar
cavando para mim a sepultura
onde descansarei no futuro.
Não posso, porém, afirmar-lhe
se isto será paz ou tortura
para quem vive no obscuro.
Nova Serrana (MG), 16 de dezembro de 2006.