Dois de Novembro
Palavras cruas desconexas no vazio do silêncio
Eis meu ego apunhalado e ferido
Escuridão de um corpo morto enrolado
À beira do dois de novembro, descontentado
Velas acesas acima das catatumbas
Orações certeiras no velar das plumas
Zeca és tu, que nunca veio aqui
Queria tanto conhecê-lo. Te tocar, te sentir...
És um alvoroço mistério de mil e novecentos
Eu era criança e ainda me lembro
Tu'alma jamais conosco, no vinte e cinco de dezembro
Tragadas às noites, em um velho cachimbo
O calor percorre e o cheiro subindo
Me restam apenas lembranças, das histórias deste pobre menino