ATÉ QUANDO MORTE? (A FACA NO CORAÇÃO) FASE VERMELHA 3
Existe na morte uma beleza?
O fechar de olhos é tranquilo?
O respirar final trás paz?
A solidão na morte reina,
existe um receio de céu e inferno,
Deus é lembrado por todos,
vem de encontro anjos formosos
e vem de alarido demônios sangrentos,
na morte não há esperança?
Sim em vida existe uma única oportunidade,
guarda no meu peito zelo de viver,
assombra na minha face vergonhosos temores,
extravasa na minha mente o silêncio nu,
porquanto, na morte terrores da verdade limiar,
existe justiça no morrer?
Acode jovens e velhos a morte,
homens e mulheres arrasta pra última moradia de defuntos,
Deus estará longe ou perto?
Deus estima ricos ou miseráveis?
Na morte existe um fogo poderoso que purifica,
na morte existe um fogo que consome no castigo,
não existe dinheiro ou ouro,
diamantes e esmeraldas são inúteis
só as sombras de um paraíso ou pesadelo.
Existe bondade na morte?
Existe fascinação na morte?
Existe vitupérios ou honrarias?
Dívida ou pagamento?
Na morte vive o Talião ou compaixão?
No morrer vive crianças
no morrer vive as donzelas castas de sofrer por amor,
na morte anjos e demônios são invocados.
Na morte a face do castigo social,
na morte o desdobramento do fim vão ou filial,
morte ensina?
Os sonhos sessam?
Os mortos vivem?
Na morte o cantar da inocência?
Já disse os bruxos que na morte um eterno verão.
Morte...
Morrer...
Findar...
Esperança...
Fé.
Na morte o parto dos deuses,
na morte o amamentar filosófico,
na morte paz!
Na morte o conforto?
Anjos e demônios diante do Senhor,
na morte o último vislumbrar da aurora,
na morte o derradeiro escrever poesias
do bem e do mau na morte um umbral doloroso do vivos.
Eu sei é mórbido...
Eu sei é melancólico...
Eu sei é cruel...
Eu sei não dá para acreditar...
Eu sei é fatalítico...
Eu sei que é duro pranto...
Eu sei que é um adeus...
Um reencontro?
Uma alegria?
Um mergulho no oceano do sagrado.
Um refrigério no espírito sem casa.
Um descanso na música do paradisíaco.
Um bem que emociona.
Uma graça do SENHOR que elege.
A morte ela ainda reinará até quando?
Pois, no afã de meras palavras tuas... Dói muito a faca no coração. Amém.