Mortos-Vivos

Para aonde irão as almas,
com o enegrecer da existência?
pergunto-me se estarão calmas,
em meio à perdurável ausência.

Na realidade inelutável e etérea,
percebe-se a matiz metafísica,
sonhar com a bruma funérea,
docemente findar a vida tão tísica.

Tal qual odisseia, Virgílio guiou Dante!
Mas não posso ao mundo dos mortos vagar,
voar em meio àquela treva esvoaçante,
para a algum espectro então indagar.

Despeço-me da idade outrora querida,
a que nos entrega à própria sorte,
quero evadir-me das incertezas da vida,
inscrever o nome na certeza da morte.
Marcus Hemerly
Enviado por Marcus Hemerly em 30/08/2017
Reeditado em 27/10/2019
Código do texto: T6099301
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