Minha crise
Notoriamente físico
Um extremo e oculto psicológico
Me acompanham sem que eu queira
Por horas e horas de um relógio
Morte vivida
Numa vida já sem cor
Ter tido e ter nada
Tão sufocante dor
No mar das próprias lágrimas
inerte a se afogar
Sem bomba de alívio
Tudo tende a estreitar
Pensar queima o cérebro
Há ainda uma via a desinflamar
Eu me abro, me rasgo
Grito em silêncio ao infinito e calo
E ao som arrastado de um último suspiro embargado
numa madrugada qualquer falo:
"Eu... não... consigo... mais respirar."