SÓ POR UM MILAGRE
Aquele dia, para mim
fora muito doloroso e triste;
era como se o mundo inteiro
tivesse desabado sobre mim.
Fiquei completamente perdido
e sem saber o que fazer.
Tomei-a em meus braços
e saí louco a gritar por socorro.
Já era um pouco tarde,
não me lembro bem das horas.
O que sei é que ela estava ali,
caída sobre o tapete da sala,
já sem cor e sem fala.
Ninguém parecia ouvir
meus insistentes gritos de dor,
até que finalmente uma pessoa,
que ia passando de carro,
a me ver completamente abalado,
levou-nos a um hospital.
Assim, o médico, de semblante baixo,
disse-me que ela já havia falecido.
Lá no fundo eu já sabia,
todos nós, porém, tendemos a acreditar
na possibilidade de um milagre.
E só mesmo com esta esperança
foi que eu a levei até ao hospital.
Mas, infelizmente, este milagre
eu não pude ver se realizar.
Nova Serrana (MG), 27 de agosto de 2006.