SÓ POR UM MILAGRE

Aquele dia, para mim

fora muito doloroso e triste;

era como se o mundo inteiro

tivesse desabado sobre mim.

Fiquei completamente perdido

e sem saber o que fazer.

Tomei-a em meus braços

e saí louco a gritar por socorro.

Já era um pouco tarde,

não me lembro bem das horas.

O que sei é que ela estava ali,

caída sobre o tapete da sala,

já sem cor e sem fala.

Ninguém parecia ouvir

meus insistentes gritos de dor,

até que finalmente uma pessoa,

que ia passando de carro,

a me ver completamente abalado,

levou-nos a um hospital.

Assim, o médico, de semblante baixo,

disse-me que ela já havia falecido.

Lá no fundo eu já sabia,

todos nós, porém, tendemos a acreditar

na possibilidade de um milagre.

E só mesmo com esta esperança

foi que eu a levei até ao hospital.

Mas, infelizmente, este milagre

eu não pude ver se realizar.

Nova Serrana (MG), 27 de agosto de 2006.

Tadeu Lobo
Enviado por Tadeu Lobo em 18/08/2017
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