INÚTIL

Não sei exatamente como foi.

Quando aqui cheguei,

seu corpo já se encontrava

caído sobre o tapete da sala.

Ainda tentei reanimá-la,

fazendo-lhe algumas massagens,

pois ela me parecia ainda morna,

apesar de bastante pálida.

Inútil.

Inútil, inútil, inútil, inútil...

Ó meu Deus, por que isto?

O que a Vós fiz de errado,

para merecer tamanha dor?

Por que justamente ela

Vós me levais embora?

Poderia ter sido algum

dos meus animais de estimação,

minha casa, meu carro, meu dinheiro,

ou tudo que já consegui na vida.

Mas ela, não, meu Senhor.

O que eu farei agora?

De que me valerá tudo que tenho,

se minha maior riqueza

segue dentro deste caixão?

Nova Serrana (MG), 7 de agosto de 2006.

Tadeu Lobo
Enviado por Tadeu Lobo em 16/08/2017
Código do texto: T6085873
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