INÚTIL
Não sei exatamente como foi.
Quando aqui cheguei,
seu corpo já se encontrava
caído sobre o tapete da sala.
Ainda tentei reanimá-la,
fazendo-lhe algumas massagens,
pois ela me parecia ainda morna,
apesar de bastante pálida.
Inútil.
Inútil, inútil, inútil, inútil...
Ó meu Deus, por que isto?
O que a Vós fiz de errado,
para merecer tamanha dor?
Por que justamente ela
Vós me levais embora?
Poderia ter sido algum
dos meus animais de estimação,
minha casa, meu carro, meu dinheiro,
ou tudo que já consegui na vida.
Mas ela, não, meu Senhor.
O que eu farei agora?
De que me valerá tudo que tenho,
se minha maior riqueza
segue dentro deste caixão?
Nova Serrana (MG), 7 de agosto de 2006.