HÁ POUCAS HORAS
Olho seu corpo inerme e pálido,
ao abrigo de um funesto caixão.
Mal dá para acreditar
que há poucas horas
estivemos juntos e felizes,
com nossos corpos cálidos
envolvidos em uma louca paixão.
Ó meu Deus, eu não posso acreditar
que este corpo que vejo
é o mesmo que me fez delirar,
envolvido em seus braços e beijos
há poucas horas.
Que tristeza e amargura!
Que dor tão forte e profunda
eu sinto neste momento.
Como pode isto acontecer?
Ela que, há poucas horas,
eu deixei tão linda, tão formosa.
E agora me dá este desprazer
por encontrá-la envolta por rosas,
neste abrigo que me faz sofrer.
Por favor, alguém me acorde.
Abra meus olhos quem puder.
Qualquer um venha, me acuda.
pois, sem esta mulher,
eu não saberei mais viver.
Nova Serrana (MG), 1º de agosto de 2006.