PALAVRAS DA ALMA
Por fim a noite fria
meava-se com o novo dia,
e ela ali naquele leito
nem mover havia jeito.
Mas pude em seus olhos ver
que ela não tardaria a falecer.
Assim pegando minha mão,
com os olhos rasos de emoção,
tentou dizer-me, já calma,
as últimas palavras da alma.
Mas, infelizmente, não lhe foi possível,
Pois a morte com seu negro véu
já a levara para a eternidade,
pondo fim a tanta ansiedade.
Aproximei-me de seu pálido rosto
e, banhado em prantos e desgosto,
beijei seus lábios ainda mornos,
enquanto não me continha o transtorno
de vê-la partir sem retorno.
Assim, todos os nossos planos
de longos e alegres anos,
seriam juntos a ela enterrados,
finalizando tudo que havíamos sonhado.
Nova Serrana (MG), 25 de julho 2006.