TRISTE MOMENTO
E vi seu corpo em um caixão,
calmo, inerme e pálido...
Quis tocar-lhe as mãos
e dar-lhe um beijo cálido,
mas não foi possível.
Pois as lágrimas sentidas
caíram qual um véu,
por não se conter retidas.
A longa noite desfolhava
suas últimas horas frias,
enquanto eu me encontrava
em profunda agonia.
Naquele triste momento
findou tudo que eu queria,
jurei não ter mais sentimentos
a partir daquele dia,
por mais ninguém neste mundo.
Pois dentro daquele caixão
dormia meu amor profundo,
minha paz, minha paixão.
Agora sozinho eu teria
que seguir meu caminho,
sem amor, sem alegria.
E a sangrar os pés nos espinhos
que a vida me atirou
desde que ela se foi.
Nova Serrana (MG), 19 de julho de 2006.