SONO PROFUNDO
Lá estava ela...
Tão jovem, tão linda.
Seu corpo estático, imóvel e sem vida.
Dava-me o parecer de que estava dormindo.
Sim, dormia um sono profundo,
tão profundo que jamais haveria de acordar.
Mesmo que eu a gritasse,
mesmo que eu chorasse,
ou até que eu lhe beijasse a face,
ainda com uma aparência de vida,
de nada resolveria,
pois ela dormia um sono
tão profundo, jamais visto antes.
Alguns parentes e amigos
deixavam rolar algumas lágrimas,
enquanto meus olhos se desfiguravam
diante daquele corpo inerme,
tão lindo e tão jovem.
Foi chegando, por fim,
a hora triste da despedida...
Alguns carregavam coroas de flores,
enquanto outros, assim como eu,
choravam de dor.
E ali, em um jazigo comum,
ficou lacrado para sempre
aquele belo corpo físico
que outrora a mim trouxe
tantos momentos alegres.
Nova Serrana (MG), 15 de novembro de 2004.