SONO PROFUNDO

Lá estava ela...

Tão jovem, tão linda.

Seu corpo estático, imóvel e sem vida.

Dava-me o parecer de que estava dormindo.

Sim, dormia um sono profundo,

tão profundo que jamais haveria de acordar.

Mesmo que eu a gritasse,

mesmo que eu chorasse,

ou até que eu lhe beijasse a face,

ainda com uma aparência de vida,

de nada resolveria,

pois ela dormia um sono

tão profundo, jamais visto antes.

Alguns parentes e amigos

deixavam rolar algumas lágrimas,

enquanto meus olhos se desfiguravam

diante daquele corpo inerme,

tão lindo e tão jovem.

Foi chegando, por fim,

a hora triste da despedida...

Alguns carregavam coroas de flores,

enquanto outros, assim como eu,

choravam de dor.

E ali, em um jazigo comum,

ficou lacrado para sempre

aquele belo corpo físico

que outrora a mim trouxe

tantos momentos alegres.

Nova Serrana (MG), 15 de novembro de 2004.

Tadeu Lobo
Enviado por Tadeu Lobo em 08/08/2017
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