Separação

Grita em mim a sua voz que silenciou:

Morrer não é o fim

Preciso acreditar que não

Morrer é transpor a dor

É ir soltando devagarinho a mão

Ninando o desespero...

E sabê-lo dormindo numa canção

Ah, como consola-me saber que dormes...

E que sonâmbulo

Brinda-me com teu riso de menino travesso

Planta no meu avesso

O mito do teu amor

E colha-o em abundância

Sonha pra mim que não existe

este lugar que ao exílio me condenou

Quem pode saber quantas luas ainda me restam

Desse inferno que me toma toda

E que seja somente meu esse tormento

Enquanto, pra você, foi só um momento

De travessia

Luzineti Espinha
Enviado por Luzineti Espinha em 30/07/2017
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