Noite De Lágrimas
Com sangue de outro alguém em suas mãos
Arrastando as correntes por entre a escuridão
Mataste a mãe, o pai e o pequeno irmão
Com um olhar assassino, esfaqueou-o sem compaixão.
O medo deixara seu corpo gélido
O horror em seus olhos pálidos
Seus dedos tão rudes e mal cuidados
Os pés na escura lama, descalços
Não há no mundo quem conseguisse explicar
A agonia que predominava no ar
O fraco suspiro doado pelo corpo
O socorro expulso pelos lábios sem dono, sombrios
E aquelas lágrimas que desmaiavam sobre a pele
Juntando-se aquele pensamento em leito.
Força mais destrutiva que dos demônios de Tsavo
Mais confusa que a de um louco alucinado
Uma pobre alma feita de sonhos inacabados
Um ser humano farto, sanguinário
Possuído por um pensamento inimaginável
Com uma agressividade incontrolável.
Com um corte aquele sentimento se foi
Com uma lâmina vinda da cozinha se suicidou
E um mistério dos seus motivos se imortalizou
Eis que havia deixado sobre seu corpo um poema rancoroso
Que jamais haveria de ser lido de novo
As almas foram levadas para a escuridão daquela noite.