MONOLOGO DA MORTE
MONOLOGO DA MORTE
Como uma sombra, rondo-te a todo instante,
Com esta foice nas costas e esta roupa horripilante,
Imaginas-me com voz rouca, disforme, pois sou a morte.
Mil e um disfarces uso: vou de um anjo a uma criminosa,
As vezes sou rápida, outras pareço preguiçosa,
Espero apenas um deslize ou falta de sorte.
Sou eu que no final espero todos de maneira nefasta,
Sem dó nem piedade a humanidade devasta,
Aniquilo a todos e no mesmo patamar iguala,
Deixando-os num amontoado de cinzas ou pó,
Indiscriminadamente de ninguém tenho dó,
Tanto faz morar numa mansão ou senzala.
Reduzo a todos, no final em podridão, em lama,
Independentemente de riqueza, nome ou fama,
Lá estou eu a morte, pacientemente a espera.
Transformo em rugas, tua angélica anatomia,
Tua beleza, tua imagem que ostenta dia a dia,
Retiro tudo e deixo tua face como uma cratera.
Afinal eu sou o fim de toda a raça humana,
Torno-a em lavras, em podridão, sou insana,
Entrego a famintos germes, vindo de uma guerra,
Que espera a destruição dos outros para sobreviverem,
E os seus parcos neurônios, abastecerem,
Surgem como um faminto batalhão da terra,
Podes tentar fugir, mas no final, eu espero,
Não tenho presa, pois a vida é efêmera,
Embora, para uns pareça ser eterna,
Viva em quanto podes de maneira intensa,
Enquanto ao teu redor tudo te compensa,
Antes que chegue o dia, que dirás: inferno.
Sigo-te sorrateiramente, como se fosse tua sombra,
Sutil, silenciosamente como quem ronda,
Fico a espreita sem que ninguém perceba,
Como uma serpente preste a dar o bote,
Esperando tua fragilidade, talvez nem note,
Por estares envolvidas em arrogância e soberba.
Sou como um potente vírus de uma influencia,
Que te caça, que te busca, tenho a experiência,
De um caçador de Pokémon da era moderna.
Caçando aqueles que de forma fútil a vida desperdiça,
Como de viver tivessem moleza e preguiça,
Erroneamente a pensar, que a vida é eterna.
A traição, o descuido, a sombra é minha arma,
Carregar comigo a destruição é meu carma,
Destruo em grande, média ou pequena escala,
É meu dever destruir causar medo e terror,
Espalhando o pânico por onde passo o horror,
Eu sou a morte de mim ninguém escapa,
Sou para muitos o mostro, que inquieta e tortura,
Só de pensar que estou atrás de cada sepultura,
E que tarde ou cedo de cada um depende a sorte.
Uma coisa digo, com segurança e certeza,
Ninguém se vanglorie: sou rico, tenho beleza,
Porquê numa fração de segundo tiro- sou a morte.
Já que de mim não forjes oh! Criaturas,
Por que não elevas, tuas preces as alturas,
Arrependes de tuas maldades e dos erros teus?
Pedes perdão enquanto pode e eleva tua alma,
Aos céus, se isso te acalenta e te acalma,
Entregas teu corpo e teu espírito a DEUS.”
João Pessoa-PB,21/01/2017 Francisco Solange Fonseca