PERDIDA PARA DEUS
PERDIDA PARA DEUS
Foi numa dessas tardes de primavera…
Tarde de imensa saudade, enquanto
Calado e sozinho caminhava
Por entre roseiras de rosas etéreas…
Talvez o momento de maior encanto,
Quando lindos olhos, meus olhos olhavam!…
No doce enleio daquele momento,
Em que seu olhar, o meu olhar fitou,
Fazia-se uma tarde jovial, porém,
Tão depressa partiu, como o vento
E apenas a lembrança em mim ficou…
– Quem dera ter ficado em ti também! –
Não foste apenas um fugaz mistério…
Delírio, devaneio, sonho de criança,
Causaste mais que isso, – fascinação sem fim –
Com excelsa beleza, – beleza tão sidéria –
A terna e cativante esperança…
Esperança de tê-la para mim!
… E sozinho novamente, até que um dia
Quando tudo parecia ter se perdido…
Novamente os mesmos olhos me olhando,
Notei. E nas singelas flores que trazia…
O tímido desejo de fazer-me um pedido,
Mas, – acreditar não pude – estava chorando!…
Sem nada entender, correndo eu me vi
De encontro aos braços lassos teus
E em nuvem perfumada fez-se perdida!
Era a lembrança do amor que perdi…
A amada perdida para Deus,
Que a levou… e a minha vida!…