PERDIDA PARA DEUS

PERDIDA PARA DEUS

Foi numa dessas tardes de primavera…

Tarde de imensa saudade, enquanto

Calado e sozinho caminhava

Por entre roseiras de rosas etéreas…

Talvez o momento de maior encanto,

Quando lindos olhos, meus olhos olhavam!…

No doce enleio daquele momento,

Em que seu olhar, o meu olhar fitou,

Fazia-se uma tarde jovial, porém,

Tão depressa partiu, como o vento

E apenas a lembrança em mim ficou…

– Quem dera ter ficado em ti também! –

Não foste apenas um fugaz mistério…

Delírio, devaneio, sonho de criança,

Causaste mais que isso, – fascinação sem fim –

Com excelsa beleza, – beleza tão sidéria –

A terna e cativante esperança…

Esperança de tê-la para mim!

… E sozinho novamente, até que um dia

Quando tudo parecia ter se perdido…

Novamente os mesmos olhos me olhando,

Notei. E nas singelas flores que trazia…

O tímido desejo de fazer-me um pedido,

Mas, – acreditar não pude – estava chorando!…

Sem nada entender, correndo eu me vi

De encontro aos braços lassos teus

E em nuvem perfumada fez-se perdida!

Era a lembrança do amor que perdi…

A amada perdida para Deus,

Que a levou… e a minha vida!…

Ale Silva
Enviado por Ale Silva em 14/05/2017
Código do texto: T5998426
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