PRESSAGO
PRESSAGO
Havia algo muito estranho
Nos meigos olhos castanhos
Da minha doce amada!
Seu rosto estava sombrio,
O olhar, perdido no vazio…
Estava triste e calada!
Sentada ao meu lado,
Os meus lábios calados
Bem suave, ela tocava.
Com o rosário na mão,
Murmurava uma oração…
O meu corpo, ela velava!
Deixava cair, silenciosas,
Patéticas lágrimas queixosas
Nos meus olhos cerrados.
Lembrava tão descontente
Do nosso amor inocente
Que fora então, sepultado!
Encostava, meiga e delicada
Sua infante face imolada
No meu inerte coração.
Parecia querer chorar
E com um beijo, me libertar
Daquele prematuro caixão!
Na lembrança, o acre sabor
Do mais demente pavor
Que nos seus olhos, ficou!
Assustada, do sonho que teve,
Minha menina não se conteve
E bem baixinho, chorou!…