HORA DO ÓBITO

Hora do óbito, silêncio-pós-encefálico profundo contundente.

Não há mais o som do teu riso gargalhando indiferente

O som de tua voz trovejando em meu céu presente

Onde a luz fugiu em pleno dia e habita o frio onde o calor ardia

Densas nuvens bailam, fechando o trânsito da alegria pós-escuridão.

Agora o grita o silêncio pós-pulsação.

Na frequência de teu silêncio não há mais o canto de tua canção

Só uma dor voraz implantada no peito pós-coração

Sem a alegria convidada, Pelegrino o labirinto de minha casa.

Esvaindo-me ao pranto que me cala

Procuro-te em teu quarto, em minha sala, inundada por tua solidão.

Hora do almoço teu prato cheio

Nada saboreio pós vida roubada quando ainda latente

Pela violência do acaso foi-se

Ao acaso

Que horas são?

São agora horas ausentes...

Até a mais profunda submersão na gente

Quando você nasceu aflorou-me um pôr-do-sol permanente

Que você levou em seu poente!

Em memória do nosso filho Jay.

M.J.A.S.N e é minha querida esposa
Enviado por jjjjay em 16/04/2017
Reeditado em 16/05/2022
Código do texto: T5972414
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