O CAMINHO DO CALVÁRIO
Este ser que você vê
não é tão belo assim.
Pois este meu ser
a muito já não é
senão um ser entristecido.
Minha canção perdeu a melodia.
Já paguei a duras penas
e morri em tantas tardes,
que já não mais sei,
se sobrou algo para ser enterrado
quando deste mundo eu partir.
Lamento baixinho a minha sorte,
pois bem sei que a Moura Torta,
se ouvir me, trará a morte
para residir em minha porta.
Minha canção não é tão bela
e esse meu ser, tão triste,
trás nas faces escrito
o desalinho das promessas vans,
que ouvi de sua delicada boca.
Para nós tudo se apagou,
enquanto eu, sozinho,
vou subindo o caminho do calvário.
Nada lhe pedi, senão,
um pouquinho do seu amor.
Você nada tem a me oferecer
e minh'alma entristecida,
em prantos de suplícios,
vai seguindo pelos caminhos frios
de minha desconsolada vida.
Nova serrana (MG), 21 de novembro de 2012.