OLHOS VERDES
Aqueles tão lindos olhos verdes
já não brilham mais para mim.
Já não saciam mais minha sede,
desde que ela foi levada para o fim.
Quanta ternura e beleza
em seus olhos verdes eu via!
Hoje somente a dor e a tristeza
é que são minhas companhias.
Sua partida não foi de minha vontade.
Tínhamos uma vida inteira pela frente.
E em nossos corpos a flor da mocidade
desabrochava com amor ardente.
Tínhamos tudo para ser felizes.
Éramos amigos, companheiros, amantes...
E vivíamos como dois adolescentes enamorados
sem nos desgrudar por nenhum instante.
Ela sempre fora uma mulher carinhosa
e me tratava com muita fineza.
Era delicada e muito atenciosa.
Sempre me aconselhava com nobreza.
Mas em um dado momento
aqueles verdes olhos, tão lindos,
foram se fechando sonolentos,
enquanto eu ia me consumindo
na dor do desespero infinito
por saber que ali, naquele dia,
findava-se o sonho mais bonito,
deixando-me somente a dor da melancolia.
Nova Serrana (MG), 14 de outubro de 2008.