O Exício do meu espírito.

Estou me tornando o que, há muito eu odiava com todas as forças,

Um ser de carne, invólucro humanóide preenchido por razões fortes,

E tênues sentimentos.

Sem brilho, sem a pluralidade anímica que tanto destacava à mim mesmo.

Escrever não mais me soa como antigamente,

Nós estamos sujeitos a mudanças, sim...

Todavia, temos o direito de lamenta-las.

Minhas palavras soam-me vazias, sem o poder de expressão.

Vejo meus versos e estrofes bagunçados, confusos,

Como se fossem fragmentos espelhados,

Refletores do estado atual de minha mente conturbada.

O amor, que tanto almejei e ansiei fundir ao meu ser espiritual e carnal,

Já não me faz sentido, já não...

Vejo a magia que tanto me encantava, na qual era presente neste sentimento,

Pelos olhos de minh'alma!

O lume cintilante de meus póstumos versos, fora por se apagar,

Leio, apenas frívolas palavras, apenas carregando a seca e amarga concepção,

De que um dia, todas aquelas belíssimas palavras, foram preenchidas.

Porventura, meus olhos encontram-se cegos demais pela razão,

Causada por conta da monotonia monocromática da rotina agrilhoadora,

Para que vejam que todo o sentimento depositado ali, é eternamente fulgurante.

Eis que assim irei levando, cuidando da carne,

Que seja daqui, para nunca mais.

Que o destino e a naturalidade, presentemente imperceptível por meu ser, guie-me!

Dantas Varn, 13 de Março/2017

"À uma dubitável certeza de que minha alma morrera"

Abstract Androgynous
Enviado por Abstract Androgynous em 13/03/2017
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