O Adeus ao Mundo

Parto

Deste mundo, com o pensamento de ser um fardo

Esteja preparado, olhem como eu falo

Desajeitado, escrevo com erros de português, é claro

Eu me acabo, em tentativas de expressar meu lado

Por acaso eu sempre me pego alojado em meu quarto

De fato é aqui que encontro um lugar calmo

Este palco, feito de tijolos, que caminho com os pés descalços

Fatos registrados com os meus cuidados improvisados

Sem textos falsos, contos e declarações aqui foram salvos

Eu repasso, em forma de texto, meu passado

E, mesmo no meu atual estado, encontro-me inspirado

Mais um texto agora eu faço.

Ah que dor no peito

Nunca senti um incômodo desse jeito

Ah se houvesse algum meio para não continuar enfermo

Ou um doutor para me dar um conselho

Devoraria uma pilha de remédios por inteiro.

Ah que dor no peito

Ah que dor no peito

Espero que não tenha nenhum sujeito

Lamentando sobre meu leito

Ah que dor no peito.

Debilitado, revelando o vazio que estava guardado

Um grande espaço ocupado pelo coração solitário

Invejoso por aquele bem humorado

Tão instável, adoecido, em declínio

Tão fraco que torna-se impossível dar um sorriso

Ah, mas passarei por isso bem tranquilo

Quem sabe seja verdade que existe um fim no arco-íris

Talvez eu passe a acreditar nisso

Confuso eu agora me sinto

E agora aqui, na beira do abismo

Prestes a pular no trampolim para, ai sim, ser o fim

Foi bom enquanto durou, é hora de dar adeus ao meu mundo

Que meu senhor perdoe-me pelos meus pecados

Cada parte de mim agora está sendo purificada

Na minha lápide estará grifada essas palavras

"Dor, Amor, Saudades, Felicidades

Nasci e morri, e aqui, contigo, irei sorrir".