A MORTE

A vetusta senhora, tão fecunda

Encarregada da passagem lacrimosa

Traz o temor de noite pavorosa

Enquanto o corpo, inerte, à terra afunda

Este era o medo maior da minha infância

Que penetrava nos meus sonhos de criança

Espantava tudo, até a esperança

E eu vivia assim na ignorância

Hoje tenho da morte outro conceito

Que já não traz tanta angústia ao meu peito

E sim, respeito, também curiosidade

Sei que existe para além a outra vida

Que é a pátria de minhalma tão querida

A verdade sem viés, com Deus a liberdade