Tanatoestética
Somos iguais
Melhor que isso
Sou eu o mesmo
Em suspiros de algodão
Vestem-me
Com a mesma
Indumentária
Que eu usaria
Num baile de solteiro
Talvez
Pois entre os vivos do mundo durmo só
É essa a verdadeira solidão
Eis como me visto
a beleza do infrutífero
Expõe-se à terra
Onde
as almas perdidas
já tão fodidas
declaram guerra
Somos iguais
Do cálcio do osso
do podre da carne
que come o verme
ainda que meu corpo firme
alimento logo me torne
Ou que em cinzas
O vento me fume.