Despedida
A ti dou o meu amor, sem nada pedir adiante
Em pensamento levo-te, nada posso almejar
Na pele seu perfume inebriante
Sublime martírio que preciso deixar
Doce castigo esse amor murmurante
Pois sei que nada hei de levar
Deixo esta vida como um retirante
Em busca do meu eu alcançar
Coloco-me nessa estrada torturante
Levando na memoria seu olhar
De brilho tal qual diamante
Que não mais poderei contemplar
Na garganta, um grito sufocante
A vontade imensa de ficar
Dos seus abraços minha eterna amante
Poderei apenas recordar
Falo-te aqui como um declamante
Mais bela que tu Ele não criará
Mesmo sendo essa vida inconstante
Sei que a ti tornarei a encontrar
Pois tenho a certeza ainda restante
Que tu nasceste para me alegrar